Quando ela por engano chamou a escultura em madeira de “Pomba do holocausto”, ao invés de “Pomba do esplendor”, eu ri sem adiantar quão certa ela estaria no final.
Nove pregos depois, batidos com a ajuda de um halter de musculação de 10 kg, uma lata de atum e um alicate (que junto com a tesoura sem pontas do Mickey, são as duas únicas ferramentas de verdade que possuo), a pomba estava na parede.
A questão é que minha falta de trato para os assuntos relacionados a bricolagem trouxeram à tona a dúvida universal. Para que eu sirvo, então?
Beirando os 30, descartando a carpintaria como opção por razões óbvias e me aproveitando da discrição que só a internet poderia proporcionar (para depois publicar no blog... boa!) me coloquei a responder um teste vocacional.
Minha vergonha está obviamente relacionada à diferença de 13 anos que separam minha idade atual da faixa considerada “normal” para alguém que procura luz neste tipo de teste. Claro que “normal”é sempre questionável e a profissão matemático também foi descartada na primeira metade do teste, logo meu cálculo se provaria completamente inútil em poucos minutos.
Minutos estes que se arrastavam a medida que outras dúvidas começavam a surgir... e se o resultado indicasse a sacristia ou animação de buffet infantil?
Eu não conseguiria levar uma vida celibatária ou gritando HEY! entre as frases do “Parabéns à você”. À propósito, qual o sentido de uma retrospectiva fotográfica de 300 fotos para um aniversariante de 1 ano de idade? Em 29 anos não acumulei mais do que 200 fotos, isso se considerar as fotos dos outros em que saí por engano...
Enfim, o resultado... músico, comediante, escritor ou psicólogo.
Se eu realmente sou dotado de talento para executar ocupações tão inusitadas, porque não inovar e fazer tudo ao mesmo tempo?
“Pessoal, vamos nos sentar em círculo aqui nesse cantinho pois irei tocar uma música do Juca Chaves enquanto vocês escrevem uma dissertação antes da nossa terapia em grupo”.
Então vamos aos fatos:
- Ao contrário do que meu cálculo indicava, nunca é tarde para se fazer um teste vocacional, visto que todas as minhas sugestões de carreira são perfeitamente viáveis... tão logo eu me aposente e não precise de outras fontes quaisquer de renda.
Na verdade indico que todos façam este teste quando chegarem aos 65 anos.
- Não lembro exatamente se existia ou em que momento do teste selecionei a opção “gosto de sopa e não me importo de sobreviver de favores de parentes e amigos próximos”, mas isto com certeza influenciou o resultado.
- Me agradam finais conclusivos... nesse caso, uma resposta definitiva para a minha pergunta.
Eu sou capaz de fazer muita coisa, mas servir mesmo, não sirvo pra nada.
Anjo, acho q vc precisa mesmo é de um martelo! :]
ResponderExcluirLoveyou