segunda-feira, 7 de novembro de 2011

Para Chamar de Sua

-"Então é isso que você faz nas horas vagas?"
Na verdade, eu bebo e faço merd@ durante as minhas horas vagas... mas nas horas vagas entre as minhas horas vagas, eu também gravo umas músicas.
Deixando o sarcasmo um pouco de lado, dessa vez eu acredito em mim quando digo que em 2012 voltarei a fazer o que mais gosto de fazer.

Para Chamar de Sua (Léo Gomes)

Tudo se foi, tudo está no mesmo lugar
Todo o acaso que nos couber desperdiçar
Minhas velhas roupas ainda me cabem, mas à minha alma nada serve
Entre despedidas e boas vindas
Sobra a falta que a falta faz
Tudo o que você tem não há em nenhum outro lugar
Como é ter todos e não ter ninguém?

E você nunca estará em uma canção
O vazio que couber em uma canção
Você nunca terá uma canção para chamar de sua
Para cantar “só sua”

O barulho no que quase aconteceu
Em silêncio o que acontece quase sem se notar
Ao peito o frio quase morno que ainda sonha em escaldar
Recordando promessas de nunca se esquecer
Sob os pés a sombra que míngua ao sol do meio dia
À espera de um novo começo onde a tarde apontar

E você nunca estará em uma canção
O vazio que couber em uma canção
Você nunca terá uma canção para chamar de sua
Para cantar “só sua”

Então um belo dia eu nunca estive lá

sexta-feira, 30 de setembro de 2011

Leste Km 49

Papai portuga é, reconhecidamente, mais repetitivo que surpreendente em sua curta e insistente filosofia. Ainda assim, guardo alguns de seus ensinamentos para noites como esta. "Eu gosto de quem gosta de mim". Me faltam dedos para contar quantas foram as ocasiões em que ouvi esta frase, acreditando sempre se tratar de uma solitária lição sobre o desprezo (ou uma desprezível lição sobre a solidão). Mas esta noite eu gosto da estrada, e a estrada gosta de mim, e também não me importo em enfatizar, apenas para garantir que estamos aproveitando toda a reciprocidade de que fomos feitos. E neste instante, me agrada saber que estive errado todo o tempo sobre essa frase, pois neste instante eu gosto um pouco mais da estrada, por saber que ela gosta de mim. E no instante seguinte, desejo que a estrada goste um pouco mais de mim, só por gostar dela esse pouco mais.

quinta-feira, 15 de setembro de 2011

Entre despedidas e boas vindas

Apenas ser o “cara novo” tem ocupado muito do meu tempo.
Isso porque o “cara novo” pode (ou deve) fazer tudo diferente... ele tem novos amigos, novos interesses, novos talentos, novos hábitos, novos problemas, e tudo isso dá muito trabalho.
O que interessa mesmo nessa novidade toda é poder escolher como esse novo vai ser, e aproveitar tudo, até que tudo seja velho de novo. É poder colocar em prática o que sempre quis para sí, mas que estava enterrado fundo demais sob a mesmice, que nunca antes se mostrou tão despropositada.
É justamente encontrar novos propósitos em pálidos costumes, graça em piadas já tão desbotadas, e utilidades para antigos defeitos que, de tão praticados, hoje se passam facilmente por habilidades questionáveis.
Enfim, para aqueles que se orgulham em repetir “se pudesse, faria tudo igual outra vez”, tenho duas novidades:
Primeira, você pode, e isso não é slogan capitalista ou mantra de auto ajuda. É apenas a constatação de que, querendo ou não, dia após dia se vive uma vida diferente da que passou, repleta de rupturas com o passado, memórias em movimento e arrependimentos gradativos prontos para serem confrontados, antes que se tornem constatações conformistas ao final de um longo caminho de insistência e decepções.
Aos que optarem pela ilusão da linha reta, restará sempre o advento da extrema unção. Particularmente, prefiro não esperar pelo meu último suspiro para me arrepender de minhas ações, ou falta delas.
Segundo, e essa é para quem vive pela segurança da repetição, as coisas podem ser melhores, e deveriam ser... ao menos para os que conseguirem entender que os ciclos se repetem, mas o que te fez feliz um dia não necessariamente será o bastante para garantir os próximos anos de sorrisos largos. Saber o porque você foi capaz de ser feliz com algo, isso sim faz toda a diferença.
E é bem assim, de repente sem repente, entre despedidas e boas vindas, do sossego ao impreciso, por singulares novos vícios, que tudo volta a fazer algum sentido, uma vez mais.

quinta-feira, 1 de setembro de 2011

Cócegas

É a melhor forma que tenho para descrever essa sensação...
Você sorri, mas não é propriamente alegria ou satisfação... na verdade, é algo que beira o desconforto, e serve apenas para desviar a atenção do que lhe incomodava segundos atrás, além de acabar subitamente marcada por uma última risada que mais parece um suspiro, como de quem diz “tá, e agora?”.
Compreendido isso, como se tira uma pena do coração?

domingo, 21 de agosto de 2011

A quem possa desinteressar

Para alguns, existe muito pouca coisa pior que gente interesseira.
A mim, por não ter muito o que possa despertar estes interesses obscuros, essas pessoas não incomodam tanto assim. As desinteressadas, estas sim, fazem meu sangue ferver.

quinta-feira, 4 de agosto de 2011

Ponto cego

O mais libertador sobre uma mente obsessiva, é a certeza de se encontrar pela frente uma nova obsessão pela qual se perder.

quinta-feira, 30 de junho de 2011

O Gato e o Caramujo

Era uma vez uma menina que adorava cuidar de animais abandonados.
Certa vez ela acolheu um gato, que passava todos os dias em sua casa para se alimentar e aproveitava para lhe trazer um presente da rua.
Hora um pé de tênis velho, uma camisa jeans ou beiradas roídas de esfihas do Habib's.
Foi então que ele surgiu, numa manhã de frio intenso, com seu presente mais inusitado... um caramujo recém chegado em uma das raras chuvas da estação. 
A menina logo se afeiçoou ao caramujo pelo seu jeito cuidadoso e admirava seu estilo urbano despojado.
Eles faziam grafites pela cidade e procuravam no google formas de se usar uma camisa jeans sem parecer uniforme de companhia telefônica.
Foi quando o pequeno gato, em uma de suas visitas diárias, encontrou a menina e o caramujo dormindo de conchinha.
O gato, dominado pela raiva, atirou 5 vezes contra o caramujo, que era membro de um grupo de rap da costa oeste e também era próximo do Tupac.
Enquanto o caramujo se recuperava no hospital, seus amigos seguidores do Notorious B.I.G. preparavam uma emboscada para o gato quando ele voltasse para casa, mas o gato sabia que eles o estariam esperando.
Ele reuniu seu bando e foram todos à casa da menina, e foi quando o começou o desafio freestyle entre os caramujos da costa oeste e os gatos da costa leste.
E foi rimando que eles acabaram com as rixas e gravaram uma música com Tina Turner, Barry Manilow, Jay Z e Iggy Pop.

Moral da história: Quem diria que ela iria demorar tanto para dormir...?! Mais 2 minutos e eu teria que apelar para um hamster grunge.

segunda-feira, 20 de junho de 2011

sexta-feira, 17 de junho de 2011

Epifania

Tudo o que fiz e fizeram à mim, tudo o que aprendi ou me forcei a esquecer, todas as pessoas pelo caminho, suas histórias e o que desejei acreditar me trouxeram exatamente a esse ponto da minha vida, sabendo apenas o necessário para decidir por um caminho que já estava sendo trilhando antes mesmo de eu começar a andar.
Essa é apenas uma das formas de se atribuir algum sentido à aleatoriedade desses fragmentos factuais, e admito existirem outras versões menos ensolaradas de vivencia-los, mas só por hoje me permitirei acreditar que estes mesmos fatos, tais quais me lembro, foram sempre o que são hoje, à medida que minha memória cede em benefício da celebração, e estendo os braços para todo o acaso que eu puder abraçar.

quinta-feira, 9 de junho de 2011

A falta que a falta faz...

Como saudosista praticante sinto falta de muita coisa, mas numa época tão farta, em que se vive pela plenitude do ser e do ter, preencher todas as lacunas de tempo, caráter, talento, popularidade e posses se torna tarefa digna do Beatle mais bem sucedido, e são justamente as privações que permanecem mais vivas na minha lembrança.
Acontece que essa fobia em ocupar cada fresta ignora os limites da existência e eleva as carências ao seu estado mais denso. Nunca mais será o bastante almoçar com alguns bons amigos, conquistar algo pela qual batalhou ou ser talentoso em algo.
É preciso estar com todos ao mesmo tempo, em todos os lugares (em que houver Wi-Fi, ao menos), ter tudo o que se há para ter, ser excepcional sob todas as formas.
Em tempos tão maciços, sinto a falta de dias mais arejados, quando suas qualidades e defeitos convergiam num conceito agora obsoleto... o da individualidade.
Conceito este em que o conjunto da obra não mirava a unanimidade, mas algo único em seu conteúdo e ausências, valorizado por tudo o que é e pelo o que nunca vai ser.
Afinal, a maior utilidade do vaso mais belo continua sendo o espaço vago da qual ele é feito.


Sent from my iPhone... NOT!

terça-feira, 24 de maio de 2011

terça-feira, 17 de maio de 2011

Puxando conversa

Disse ela, enquanto farejava desconfiada as mangas da camiseta recém descartada sobre a cama:

XX: - Cheiro estranho... você acha que consegue usar esta camiseta outra vez?
XY: - Acredito que sim... a entrada continua sendo esse buraco maior embaixo?
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Amigo 1: O que não te mata, te faz mais forte!
Amigo 2: Acontece que eu não quero ser mais forte... eu até gosto das minhas
fraquezas e da forma como elas definem minha personalidade.
Amigo 1: Então seja mais fraco.
Amigo 2: Acho que gostaria de viver tudo com menos intensidade, assim o ruim não seria tão ruim... por outro lado o bom não seria tão bom... também não sei se essa é a solução...
Amigo 1: Po##a, mas nada está bom pra você...
Amigo 2: Qual era mesmo a primeira opção?

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Amigo 1: Às vezes sinto um vazio crescente como se estivesse desaparecendo aos pouquinhos à vista de todos, feito a sombra que mingua pela manhã à espera do sol do meio dia, torcendo pela oportunidade de recomeçar do zero na direção que a tarde apontar...
Amigo imaginário 1: Olha “Sombra”, porque você não começa arrumando amigos de verdade?

sábado, 14 de maio de 2011

RRRRRRRRRodei

Eu definitivamente não me descreveria como uma pessoa pessimista.
Gosto de pensar que sou um profundo admirador da ironia encharcada nas inconveniências habituais.
Tá bom, admito que em certos momentos passo de comentarista de apoio à narrador torcedor, ressaltando alguns "Rs" ao estilo Galvão Bueno, mas e daí?

sexta-feira, 13 de maio de 2011

Troféus e ferraduras

Cicatriz por cicatriz, continuo adepto à estética dos filmes de ação
dos anos 80.
Ferimento à bala no ombro esquerdo, perigosamente localizado próximo
ao coração, porém suficientemente inofensivo a ponto de não impedir
que o herói, enobrecido pela desvantagem física, salve o dia num
último esforço quase letal e ainda sobreviva para colher os louros.
 Você não vai ver um cara desses reclamar dos pontos, do gosto do
analgésico ou de saudades... acontece que essa cicatriz sequer estará
lá numa eventual continuação (longe de mim desmerecer o pessoal da
maquiagem).
E é por isso que ele vai estar sempre aguardando o chamado, pronto
para desviar de novos disparos e cometer os velhos mesmos erros outra
vez, com o peito estufado e o coração à prova de balas na linha de
frente.
Quanto às minhas marcas, estas são um pouco diferentes a começar pela
continuidade.
Elas estarão sempre lá, vindas de orgulho ou clímax algum, limitando
movimentos por tempo indeterminado além de serem mais difíceis de
explicar. Não dá simplesmente para apontar e dizer “cobertura do
Nakatomi Plaza, natal de 88”.
Mas uma coisa John McLane e eu temos em comum... nenhum de nós espera
muita coisa da cavalaria.

quinta-feira, 12 de maio de 2011

"O Sabor da Melancia"


Assisti à este filme poucos dias atrás, que relata o desenrolar de alguns casos amorosos atípicos tendo como pano de fundo uma cidade de Taiwan assolada por uma severa falta d’água, levando a população a encontrar na melancia um substituto para o escasso líquido em questão.
Deixando de lado a versatilidade atribuída ao sumo da melancia, que é empregado desde o suco ao banho, passando por outras utilizações tão eróticas quando esdrúxulas, o que me chamou a atenção é o fato de que se algo tão essencial como a água pode ser substituído, então não há nada emaranhado à intimidade de nosso caos cotidiano que também não possa com um pouco de boa vontade.
Logo, se você por aí estiver carente de esperança, dinheiro, amor ou seja lá o que faz falta na vida de cada um, a boa notícia é que há de existir uma fruta que os substitua.

quarta-feira, 11 de maio de 2011

Carpintaria moderna

Quando ela por engano chamou a escultura em madeira de “Pomba do holocausto”, ao invés de “Pomba do esplendor”, eu ri sem adiantar quão certa ela estaria no final.
Nove pregos depois, batidos com a ajuda de um halter de musculação de 10 kg, uma lata de atum e um alicate (que junto com a tesoura sem pontas do Mickey, são as duas únicas ferramentas de verdade que possuo), a pomba estava na parede.
A questão é que minha falta de trato para os assuntos relacionados a bricolagem trouxeram à tona a dúvida universal. Para que eu sirvo, então?
Beirando os 30, descartando a carpintaria como opção por razões óbvias e me aproveitando da discrição que só a internet poderia proporcionar (para depois publicar no blog... boa!) me coloquei a responder um teste vocacional.
Minha vergonha está obviamente relacionada à diferença de 13 anos que separam minha idade atual da faixa considerada “normal” para alguém que procura luz neste tipo de teste. Claro que “normal”é sempre questionável e a profissão matemático também foi descartada na primeira metade do teste, logo meu cálculo se provaria completamente inútil em poucos minutos.
Minutos estes que se arrastavam a medida que outras dúvidas começavam a surgir... e se o resultado indicasse a sacristia ou animação de buffet infantil?
Eu não conseguiria levar uma vida celibatária ou gritando HEY! entre as frases do “Parabéns à você”. À propósito, qual o sentido de uma retrospectiva fotográfica de 300 fotos para um aniversariante de 1 ano de idade? Em 29 anos não acumulei mais do que 200 fotos, isso se considerar as fotos dos outros em que saí por engano...
Enfim, o resultado... músico, comediante, escritor ou psicólogo.
Se eu realmente sou dotado de talento para executar ocupações tão inusitadas, porque não inovar e fazer tudo ao mesmo tempo?
“Pessoal, vamos nos sentar em círculo aqui nesse cantinho pois irei tocar uma música do Juca Chaves enquanto vocês escrevem uma dissertação antes da nossa terapia em grupo”.
Então vamos aos fatos:
- Ao contrário do que meu cálculo indicava, nunca é tarde para se fazer um teste vocacional, visto que todas as minhas sugestões de carreira são perfeitamente viáveis... tão logo eu me aposente e não precise de outras fontes quaisquer de renda.
Na verdade indico que todos façam este teste quando chegarem aos 65 anos.
- Não lembro exatamente se existia ou em que momento do teste selecionei a opção “gosto de sopa e não me importo de sobreviver de favores de parentes e amigos próximos”, mas isto com certeza influenciou o resultado.
- Me agradam finais conclusivos... nesse caso, uma resposta definitiva para a minha pergunta.
Eu sou capaz de fazer muita coisa, mas servir mesmo, não sirvo pra nada.

Sinceridade, patrão

Impressionante como o nível de ética varia entre diferentes profissões e classes sociais.
O último médico a quem pedi uma segunda opinião me disse que o medicamento que estava usando era muito bom, mais que iria receitar um outro que talvez interagisse melhor com o meu organismo.
O último engenheiro que se dirigiu à TV falava sobre como a ponte havia sido bem projetada, mas que algumas alterações na fundação talvez pudessem ter evitado que ela desabasse 30 minutos após sua inauguração.
Já o pedreiro que esteve aqui no fim de semana falou que o rejunte do banheiro era uma merda, o encanamento tão vagabundo quanto cigarro de quenga, que o cara que instalou o chuveiro era um pinguço caloteiro e ainda reclamou porque a Coca era Zero.
Só faltou mesmo perguntar o que eu tinha contra mobília...

terça-feira, 10 de maio de 2011


Nada
Hoje acordei querendo escrever um texto irônico porém sutil, que começasse de um jeito propositalmente monótono e se revelasse algo surpreendente, com um título sarcástico e final sagaz...
Foda-se, fica pra amanhã.

Paisagismo
Tô ficando sem desculpas para as visitas... no começo eu explicava que tinha acabado de me mudar, depois comecei a variar o discurso dizendo que era alérgico a móveis ou que precisava de espaço pra mesa de sinuca, que estava para chegar a qualquer momento.
Agora é só “senta no chão e não reclama, vai...”

Lógica financeira
Quanto mais eu leio, mais me interesso em ler coisas diferentes, e isso me levou a escrever.
Quanto mais música eu ouço, mais pesquiso sobre o assunto e isso me levou a montar uma banda.
Seguindo essa linha, fico com medo de onde minhas contas possam me levar.

Meia eu, meia você
Aos curiosos de pizzaria que nos acham loucos, saibam que está tudo explicado no papel manteiga sobre a mesa.
Nós sempre empatamos no jogo da velha, eu desenho um Snoopy com corpo de galinha e ela acrescenta bigodes em tudo o que eu rabisco... incluindo o Snoopy.
E é por isso que a gente ainda ri tanto.

Enquanto isso, em Lajedo...
Feliz é a Dona Querência, 63 anos, 18 filhos, 12 ainda vivos.
Nunca comeu nada que não fosse feito de fubá, frequenta a igreja 4 vezes na semana para comungar(e uma para pegar fubá), reza o terço todos os dias durante os intervalos da novela, viaja à Caruaru aos sábados pra vender imagens de Frei Damião e ainda alimenta 8 gatos de rua... com fubá.
Mesmo tão atarefada, Dona Querência não acorda antes das 10h às segundas feiras.

Clima de Natal
Quando criança eu colocava o sapatinho na janela, ganhava no máximo um Hot Wheels e passava dias me perguntando o que o bom velhinho poderia ter contra mim.
Hoje, entendendo melhor a situação, ainda me sinto desconsolado... afinal, se eu já calçasse 42 naquela época, agora estaria dirigindo uma Hummer...

Talento
De todos os talentos dos quais disponho, sem dúvida alguma destacaria a minha capacidade em acumular habilidades inúteis.

Pegação
Tô com a impressão de que as pessoas lêem o que eu escrevo no Facebook com a mesma reprovação que olham para os casais adolescentes se pegando no shopping.
Do tipo “aqui não é lugar pra isso, campeão!”
Será que o Twitter está para os meus comentários assim como um Motel estaria para o casal do shopping?

A Origem
Grande filme e prova incontestável da evolução da indústria pornô.
Quem diria afinal que caberiam tantas coisas dentro de outras coisas...

Enquanto isso, em algum flat da Augusta...
Tiffany gosta de jóias ostensíveis, carros conversíveis e restaurantes elegíveis.
Ela detesta costas cabeludas, ciúmes de viúva e sapato com bermuda.
Mas isso não a impede de sorrir... ela também não precisa levantar cedo às segundas feiras...

Enquanto isso, no cemitério da Consolação...
Seu Oswaldo trabalhou por 37 anos na mesma empresa.
Trocou sua Olivetti por um PC, seu vídeo cassete por um DVD e a Cássio bobina por uma HP.
Ele não irá se levantar cedo nesta segunda feira...

“O tempo é o melhor remédio”
Concordo.
Só me incomoda a ausência de dosagem nessa prescrição...

Atenção aos sintomas
Se fosse para vocês saberem, minha boca se moveria, minhas cordas vocais emitiram  voz em forma de fala e o resultado se chamaria “frase”, e não “pensamento”...

A rolha
Jogava na água, esperava a onda trazer de volta.
O olhar perdido e os longos suspiros denunciavam o pensamento no amor distante.
Tomei 3 caipirinhas enquanto a rolha voltava e era atirada novamente ao mar pelo jovem desiludido.
Deixaram o seu X Box em casa, né moleque?

Que o gato do vizinho continua vivo e desfrutando do meu antigo jardim, que meu pai continua deixando de comprar biscoitos recheados “só pra provocar”e que minha irmã continua roubando o troco da padaria.  
Mal posso esperar pelas novidades do Natal.

Mais uma sobre medicina subjetiva
Acho que não há nada como um novo tombo para curar o velho joelho ralado!

Conversa de bar
Amigo 1. Minha vida está um caos.
Amigo 2. O que acontece?
Amigo 1. Não saberia explicar.
Amigo 2. Por que você não tenta?
Amigo 1. Porque se eu conseguir será realmente frustrante...

Stand Up Comedy
Não só contei o número de piadas como dividi pelo valor da entrada, cruzei o resultado com a duração do show e dei nota 8.25 baseado em 3 critérios distintos quando me perguntaram se tinha sido divertido.
Acho que estou levando as coisas muito à sério...